“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
Neste ano, a Festa da Apresentação do Senhor coincide com o primeiro domingo de fevereiro, cujos textos nós meditamos hoje. Maria e José apresentam o menino Jesus no Templo de Jerusalém, “como está prescrito na Lei de Moisés". Esta frase aparece cinco vezes no Evangelho de hoje. Mostra o clima de fidelidade a Deus e à Lei de Moisés que existia na Sagrada Família de Nazaré. Os pais apresentaram o menino a Javé como era exigido para todo filho primogênito. “Em Jerusalém, havia um homem justo e piedoso chamado Simeão, ele esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele e lhe havia comunicado que não morreria antes de ver o Messias (…).” (Lc 2,26)
“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
Movido pelo Espírito Santo, ele veio ao Templo, tomou o menino nos braços, emocionado, bendisse a Deus: “Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação (…).”
“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
A segunda leitura da festa da Apresentação do Senhor, é tirada do profeta Malaquias, que anunciava: “Eis que envio o meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará ao seu Templo o Dominador, que tentais encontrar e o anjo da aliança, que desejais. Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos (…).” (Mal 3,1)
“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
No penúltimo versículo de Malaquias está anunciado: “Lembrai-vos da Lei de Moisés (…) Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o dia de Javé, grande e terrível”.
O sofrimento do povo era grande. A opressão por parte dos romanos era insuportável. Infelizmente, a ação dos chefes religiosos não era nada melhor. No espaço de 60 anos após a Morte e Ressurreição de Jesus, houve três revoltas sangrentas por parte dos judeus que foram esmagados com uma crueldade mais sangrenta pelos romanos. Alimentada pelas grandes profecias a esperança e expectativa do povo era enorme. Era grande à espera do Ungido do Senhor, o Messias que viria libertar e salvar o povo.
“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
Porém esse “dia de Javé, o grande e terrível”, não foi assim da parte de Deus, mas por parte dos seres humanos que não souberam vê-lo nem acolhê-lo.
O nascimento e a infância de Jesus não se passam no meio dos poderosos e arrogantes, como vimos no encontro dos magos com o rei Herodes e os sumos sacerdotes e mestres da Lei. São os pobres (anawim) que se alimentam com a Palavra de Deus, “justos e piedosos” como Simeão e Ana, iluminados pelo Espírito que saberão reconhecê-lo e acolhê-lo na fé humilde e sincera.
Quem se fecha ao Amor Misericordioso de Deus que nos é oferecido pela vinda do Seu Filho na pobreza da manjedoura de Belém e na humildade do Lava-pés da quinta-feira Santa, mergulha no ABISMO PROFUNDO DO NADA.
Basta olharmos para a violência, as guerras, os suicídios e os sofrimentos sem fim que presenciamos ao nosso redor o “dia de Javé, grande e terrível” é o fruto das nossas más escolhas e do abandono do Deus de Jesus Cristo.
“Os meus olhos viram a tua SALVAÇÃO” (Lc 2, 3)
“Este menino será sinal de contradição” e “uma espada te traspassará a alma”.
A resposta de Deus ao pecado dos seres humanos é o DOM TOTAL do Seu Filho por amor ao Amor.
Na pobreza da manjedoura de Belém até na humildade do Lava-pés está a GRANDE REVELAÇÃO do DEUS que é AMOR.
Como diz o nosso fundador, Religiosos de São Vicente de Paulo, Pe. Le Prevost: “CRISTO MORTO na CRUZ é o ÁPICE do AMOR!”.